quarta-feira, 18 de julho de 2007

Acidente da TAM - cobertura colaborativa

Eu estava lendo textos para o meu TCC ontem (17/07/07) quando ouvi sobre o acidente em Congonhas*. Resolvi acompanhar a cobertura pela internet, com a convicção de que, em pouco tempo, os sites estariam cheios de conteúdo colaborativo.
As primeiras notícias vi no G1 e no Último Segundo. Depois, no UOL, Estadão, Folha, Terra.
Às 19h40, vi no site do Estadão o primeiro pedido de fotos, vídeos e relatos de testemunhas. O apelo foi publicado na home, logo abaixo da manchete principal.
Aos poucos, fui descobrindo a mesma coisa em outros sites e, nos que ainda não existiam, começaram a pipocar mensagens semelhantes rapidamente. Terra e G1 primeiro, depois os outros. Até a Folha, que não tem esse costume, entrou na onda mais tarde. Ninguém, no entanto, publicou nenhum conteúdo colaborativo por muito tempo.
O primeiro sinal aconteceu às 19h50, cerca de uma hora após o acidente, quando a equipe do Jornal da Band (TV) entrevistou ao vivo Daniel Gil, uma testemunha ocular que mora perto do local.
Pouco depois, às 19h56, a TAM se pronunciou oficialmente confirmando o acidente.
Estava esperando encontrar as primeiras imagens amadoras pelo Google ou no YouTube, mas, até essa hora, nada. Aí me lembrei de procurar no Flickr.
Às 20h03 encontrei o álbum da usuária Nana-chan (Mariana Marinovic), com 11 fotos e 3 visualizações. Ela registrou diversas vezes a vista da janela de seu apartamento: fumaça, luzes do incêndio e pontos de luz (helicópteros das emissoras de TV). Às 20h36, um usuário pediu autorização para usar as fotos em um jornal norte-americano.
Tive que ir embora às 20h36. Até essa hora, os sites de notícias brasileiros ainda não tinham nenhum conteúdo amador.

Os cidadãos
Hoje (18/07/07) de manhã, retomei a observação. O álbum da Nana já tinha informações da câmera, do acidente e versão em inglês. Ela recebeu mais pedidos de autorização, inclusive da Radiobrás. Outros usuários agradeciam o serviço e elogiavam a atitude de registrar como denúncia de indignação. Um comentário, em particular, afetou a produção de novas imagens: um usuário pediu que ela retirasse a rede de proteção da janela de seu apê para obter fotos mais claras.
Às 10h55 , eram 19 fotos e 896 visualizações. (Mais tarde, às 17h29, eram 1.216 visualizações).

A mídia
Comecei a ronda da imprensa pelo site da UOL. Na home, uma chamada secundária levava para uma matéria com relatos dos internautas e um dos destaques do box rotativo era uma foto amadora incentivando o envio de material. No fotoblog deles, muitas imagens feitas de apartamentos de vários pontos da cidade.
Fui para o Fotorepórter, do Estadão. Quatro fotos, entre imagens do fogo e do resgate. Às 11h22 chegou, finalmente, o que eu esperava: um vídeo do momento do acidente. Postado na TV UOL, as imagens eram do canal Band News, e reproduziam um filme feito por celular do momento da explosão.

Os repórteres viram notícia

O movimento nas comunidades virtuais (orkut e Wikipedia) virou notícia. Comunidades do mais famoso site de relacionamentos recolhiam pêsames e forneciam informações atualizadas. Já enciclopédia livre contava com uma página com a lista de passageiros do vôo e informações sobre as carreiras e localidades de cada um. Soube através das notas dadas nos sites da grande mídia: G1, Folha, Estadão (que citou blogs).

Errata
Às 16h34, o colega Guilherme Felitti avisou sobre uma errata dada pelo UOL, em que se desculpava por ter publicado uma foto adulterada. A imagem fora enviada por um cidadão e um corpo caindo fora colado sobre o original.


*Por volta das 18h50 do dia 17 de julho, o Airbus A 320, da TAM, derrapou na pista do aeroporto paulistano e, não conseguindo frear, atravessou a Avenida Washington Luiz e se chocou com o prédio da companhia, provocando uma explosão. 186 pessoas estavam à bordo do vôo 3054, entre passageiros e tripulantes, e outras tantas foram atingidas em terra. As estimativas são de que o número de mortos chegue a 200.

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