Fotojornalista versus Cidadão Repórter

Lado a lado na mesa, Juca Varella, sub-editor de fotografia do Estado de S. Paulo e responsável pelo projeto Foto Repórter, e Rubens Chiri, presidente da ARFOC (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo). Juca explicou como funciona o FR, mostrou a evolução desde a criação, em outubro de 2005, até os dias de hoje e destacou as melhores imagens feitas por cidadãos, aquelas que nenhum profissional conseguiu. Chiri mostrou o lado dos profissionais: crítica diante da abertura da mídia para conteúdo fotográfico colaborativo. Falou do que Juca chamou depois de reserva de mercado, mostrou o receio de que os cidadãos abarrotem ainda mais o já lotado mercado de fotojornalistas e destacou as piores imagens (com menos conteúdo jornalístico) da galeria do FR no site.
A idéia da ARFOC era trazer para fora dos bastidores as conversas de bar da categoria a esse respeito, e a escolha de Juca, ao mesmo tempo colega e partidário do fotojornalismo colaborativo, foi mais que acertada.
O presidente lamentou, no entanto, a falta de colegas no encontro. Verdade. Dos cerca de 44 lugares no auditório, apenas pouco mais de 20 estavam ocupados.
Ainda assim, a discussão foi produtiva, sincera e pacífica, apesar de os dois lados terem opiniões fortes e sólidas. O público, formado por fotógrafos e estudantes de jornalismo, mostrou a mesma preocupação de Chiri.
Antes do começo do envento, conversei com o Juca por meia hora, o que já vai dar um belo avanço no meu trabalho. Mas a melhor coisa da noite foi conhecer os não-entusiastas do jornalismo colaborativo e poder enriquecer meu estudo com o outro lado da moeda.