segunda-feira, 23 de julho de 2007

Mosquinha no IML

O inusitado

Não é somente a rapidez com que os celulares com câmera captam e espalham fotos que os fazem importantes ferramentas jornalísticas. Outro importante fator é a capacidade de serem usados em lugares onde fotógrafos jamais poderiam entrar e registrarem cenas inusitadas.
É o caso da foto acima, publicada na galeria do FotoRepórter, no site Estadão, no dia 19/07/2007, com o crédito "ELEMENTO/FotoRepórter/AE".

Ela foi tirada dentro do IML (Instituto Médico Legal) e mostra os corpos das vítimas do acidente com o avião da TAM ocorrido na última terça-feira (17) sendo preparadas para reconhecimento dos familiares e necrópsia.

Anonimato e apuração: Estadão versus UOL
O autor é um cidadão comum, muito provavelmente um funcionário do IML. Ele enviou também outras três fotos ao FotoRepórter, mas, segundo Juca Varella, subeditor de fotografia do Estadão, responsável pelo FotoRepórter, elas continham “cenas chocantes e nem foram editadas”.
Antes de enviar a foto, “Elemento” ligou para o jornal e pediu para não ser identificado. Com a garantia do anonimato, se cadastrou junto ao jornal (nome, documentos e etc) para os fins legais, como acordo de direitos autorais e pagamento em caso de venda (a foto pode ser comprada da Agência Estado). A imagem publicada no site não foi aproveitada em nenhum impresso da casa, informa Varella.
Apesar da equipe enxuta (atualmente, a única pessoa que fica 100% com o FR é uma estagiária, encarregada pela checagem das informações, contato com os autores e redação das legendas), a apuração do Estadão deu um baile na do UOL. Quem procurar (como eu fiz antes do último post) não encontra nem mesmo no Google, o mecanismo de busca mais usado, o nome do cidadão que enviou a fotomontagem.

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